quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Indicação de Livro: Caído, mas não Derrotado!




Esse livro fala sobre um conjunto de conceitos inter-relacionados: ansiedade, depressão, desânimo, esgotamento, perplexidade, autocomiseração.

Na primeira parte, que fala da ansiedade, ele começa traçando uma distinção essencial entre a preocupação normal e a preocupação pecaminosa (ansiedade de fato). A segunda é realmente um problema sério, mas que pode ser vencido. Para isso, vai analisá-la, explicá-la e destrinchá-la, para depois dar instruções práticas de como vencê-la.

O primeiro pressuposto para vencê-la é que ela só pode ser derrotada de maneira sobrenatural. Não há como vencermos a ansiedade se ainda vivemos de acordo com este mundo – até porque a ansiedade é um defeito na fé – um sintoma do distanciamento de Deus. Deus é a solução da ansiedade. Nada neste mundo o substituirá: remédios, distrações, entretenimento, pensamentos positivos, terapias. Tudo isso é inútil para vencer de vez o problema.

Ele então define a ansiedade: “é um uso impróprio de uma resposta emocional dada por Deus.” (p. 45); “um senso de apreensão, dúvida ou inquietação quanto ao que pode acontecer conosco ou com algo ou alguém com que nos importamos. Ela está ligada a um sentimento de medo intenso, de desânimo e de um estado de alerta constante. A ansiedade é a preocupação que se tornou fonte de tormento emocional” (p. 47-48).

Ele segue uma abordagem bem bíblica: diz que devemos jogar fora ideias de ordem natural, social, médica como causas primárias da ansiedade. Ele lamenta muito ver pessoas com o pensamento de que são vítimas de nossa própria personalidade, da infância ou de circunstâncias presentes. Não devemos considerar a ansiedade como uma característica normal de algumas pessoas. Antes, devemos reconhecê-lo como, em grande parte, resultado do pecado em nosso coração. Ao dissecar a ansiedade nos próximos capítulos, ele deixa claro que ela é, em grande parte, o simples fruto de nossas escolhas pecaminosas, orgulho e desobediência. Como acontece com muitos pecados, nós dizemos que queremos ser libertos, mas quando vamos às minúcias, para detectarmos cada ponto em que contribuímos para alimentar e fortalecer aquele pecado, somos resistentes, teimosos, rejeitamos as soluções concretas ou simplesmente não sabemos o que fazer (também, porque sequer buscamos estudar as Escrituras ou procuramos fontes cristãs para aprender mais).

O que acontece é que caímos naquele mesmo pecado que nos é natural, de não querermos falar sobre nossa culpa: “os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” (João 3:19,20). Nós fomos libertados de viver e amar as trevas, mas na nossa imperfeição ainda voltamos muito à mesma mentalidade. Somos “reformados” e amamos dizer que cremos na depravação total: “sou um miserável, pecador, nascido escravo do pecado, mau, o coração é enganoso”, etc. Mas quando alguém chega para especificar como somos maus, e mostrar todo o quadro, bem explicadinho, de como são os nossos pecados e como eles influenciam em outras áreas, que por sua vez causam problemas em outras ainda, até em outras pessoas, aí a coisa pega. Muitas vezes queremos voltar à ignorância. “Ah, não quero saber disso”. Preferimos voltar ao escuro, tateando e dizendo abstratamente: “a vida é muito cheia de tristezas, eu sou muito pecador...” mas sem especificar nada. É mais cômodo permanecer na ignorância, mas isso também trará mais sofrimento a longo prazo. O primeiro passo é estar disposto – e até mesmo contente – em olhar para a feiura do seu diagnóstico. Se você pensa em ler livros de aconselhamento – ou, pra falar a verdade, qualquer tipo de literatura cristã ou pregações – esteja preparado para isso. De fato, é a melhor coisa que você pode fazer, pois do coração "procedem todas as fontes da vida" (Pv. 4.23).

Enfim, voltando ao assunto:

Por tudo isso que falei, esse livro é muito diferente de autoajuda. Ele não vai simplesmente passar páginas te enchendo de histórias e palavras abstratas de encorajamento e consolo. Ao invés disso, ele diz: “vamos levar o assunto a sério e investigar tudo o que podemos sobre ele”.

Aqui vai uma parte do teste sobre ansiedade:




Pois então, ele diz que uma das formas de sabermos se passamos da linha da preocupação pecaminosa é saber quais as fontes da ansiedade. Ele fala em fontes secundárias (não pecaminosas, i.e., circunstâncias da vida e pessoas) e primárias (pecaminosas).

As fontes secundárias são: questões de saúde, de provisão de necessidades materiais (roupas, alimentos), influência de outras pessoas ansiosas que acabam espalhando sua ansiedade (um alô pra Datena e Papinha), o medo de falhar, de ser injustiçado, acusado falsamente, caluniado, de não conseguir cumprir tarefas, da indiferença das pessoas.

As fontes primárias, mais profundas e arraigadas na nossa vida, são nada menos que pecados enraizados em nós : (1) um sistema incorreto de valores; (2) tentar servir a dois senhores (voltar a atenção para tesouros terrenos); (3) um pensamento distorcido (que inclui focar exageradamente nos detalhes negativos da vida); (4) egoísmo (que pode se manifestar na forma de orgulho, perfeccionismo ou tentar fazer coisas demais); (5) uma aproximação superficial da Palavra de Deus; (6) preguiça ou irresponsabilidade. Ele explica cada uma delas em separado.

Todas essas fontes, porém, estão ligadas a uma sétima fonte principal, mais profunda: incredulidade. A ansiedade é fruto de não crermos, na prática, que Deus está presente, que interfere na realidade, que domina sobre tudo, que sua Providência é absoluta e perfeita e que vai suprir nossas necessidades (aí está um bom exemplo de como a Soberania de Deus não é um assunto meramente teórico, sem importância para a vida cristã). Por isso é inútil tentar curar a ansiedade sem um relacionamento pessoal com Deus. Por isso, também, ele vai passar o próximo capítulo ensinando como lutar contra a ansiedade: fortalecendo a fé. Não adianta sabermos muito sobre ansiedade se não cumprimos, na prática, as orientações que as Escrituras nos dão para alimentarmos nossa fé.





A partir daí, é uma questão de luta: usar as armas que Deus nos dá pra fortalecer a fé e lutar contra a ansiedade. Para saber quais são, leia o livro. Vou deixar essa parte para você ler por si mesmo(a). Nossa mente tem a mania de tratar com banalidade o que foi facilmente mastigado.


Mas adianto um conselho importante: seja grato(a) a Deus. Concentre-se em tudo o que Ele tem feito de bom – até mesmo o que você ainda não vê. Ele está trabalhando de mais formas do que você imagina.

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