segunda-feira, 17 de julho de 2017

“Não julgueis, para não serdes julgados”. [Pt. 1]



Geralmente, ressaltamos o que esse versículo NÃO significa. A Internet está cheia de ótimos textos refutando a noção relativista do pessoal do “politicamente correto”, que considero a maior religião mundial de hoje em dia.
Porém, que lição podemos tirar, de fato, desse mandamento?
Nós, evangélicos, somos muito julgadores.
Achamos que temos uma enorme capacidade para entender perfeitamente o caráter das pessoas e das circunstâncias num piscar de olhos. Formamos uma opinião que rapidamente se torna uma verdade absoluta. Isso, por si só, já é uma forma de orgulho; o que também gera outros pecados derivados.
Um bom exemplo é o pecado da calúnia. Falamos mal uns dos outros o tempo todo.
Não quero dizer que não devemos falar sobre outras pessoas, especialmente quando necessário. É necessário e legítimo alertar irmãos sobre alguém que provoca divisões, confusões ou doutrinas venenosas – enfim, um falso irmão infiltrado no meio. Sou o primeiro a favor de soar o alerta contra eles.
Porém, o que vejo muitas vezes é irmãos falando mal de irmãos, piedosos contra piedosos, por terem alguma divergência de pensamento ou de atitude.
Por exemplo:
O irmão que foi pro evangelismo fala mal do que não quis ir. O irmão que foi pra reunião na igreja durante a semana fala mal do que não foi. O que está namorando fala mal do que está solteiro, por estar solteiro. O que está solteiro fala mal do que está namorando, por estar namorando. Aparecem motivos sem fim para falar mal dos irmãos: sua relação com a família, sua frequência em programações, suas roupas, etc.
Ou então, escutamos “referências ruins” de algum irmão. “Fulano tem alguns problemas.” “Ouvi dizer que ela tem um mal testemunho”. Muitas vezes, isso é feito sem sequer verificar a situação de perto, conversar com a pessoa de quem se fala ou até mesmo questionar os motivos de quem espalha “o alerta”. A grande ironia é que, muitas vezes, os mensageiros que alertam sobre o mal testemunho de outros não têm, eles mesmos, um bom testemunho.
Comentar o pecado de terceiros se tornou corriqueiro em nosso meio – talvez para você, também. Mas pondere. Pense bem. Seja honesto: será que o mesmo não poderia acontecer com você? Será que também não existem pessoas que te conhecem que poderiam sair dizendo: “Cuidado com fulano(a), ele(a) é assim e assim, já deu problema com isso, uma vez ouvi que..., etc.”? Lembre-se de que, da mesma forma como você comenta sobre outros, outros podem estar comentando sobre você.  Quando descobrimos o pecado característico de alguém (seja verdade ou não), nos sentimos no direito de difamá-la e comentar com outras pessoas. Mas o que você acharia de outras pessoas comentando pelas suas costas sobre seus pecados?

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